CLÍMAX

Lentamente bamboleias;
este bambolear que arranca de mim
os cicios que te cativam.
Minhas mãos ébrias e aventureiras
vagueiam displicentes por tuas formas,
provocando frêmitos que te bolinam.
De súbito, te vejo sucumbir;
e tão intensamente, que me leva contigo.
Meu sangue borbulhante verte-se em corredeiras
que deságuam aonde então, já se tinha feito mar.
As ávidas línguas que se entrelaçam
e sorvem-se, uma à outra,
o calor febril das peles que se atritam,
o leite salgado, o fragor dos corpos torpes,
os gemidos lacônicos e plangentes,
são as evidências do clímax
deste mágico momento.
Depois o torpor...
os olhos magnetizados,
fitam-se apaixonadamente
enquanto que as mãos afagam as faces
em sinal de agradecimento.
Embevecidos, permanecemos assim...
Meu peito cheio de amor,
teu corpo cheio de mim.
Morrendo de exaustão,
quedamo-nos de lado,
contentes em saber que, de exaustão,
todos os dias, morremos para a vida.

Italmar Menezes

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